Gestão de estoque: cuidados necessários
A gestão de estoque é de suma importância para as empresas, pois é responsável por controlar a disposição dos materiais, movimentações e entradas e saídas dos produtos.
Essa atividade auxilia que as mercadorias sejam organizadas conforme as datas de vencimento, se o fluxo de estoque é elevado ou baixo, se possuem custo elevado ou estão há muito tempo paradas.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mercados (ABRAS) mostra que o prejuízo ocasionado por falhas na gestão de estoque no comércio varejista chega a R$ 7 milhões anuais. Assim, percebe-se a necessidade de uma aplicação correta, para evitar perdas e desperdícios, minimizar o investimento e aumentar a disponibilidade de produtos e recursos.
Alguns fatores podem gerar crises no estoque. O excesso de mercadorias acarreta riscos como deterioração, danos e descarte de bens perecíveis. Já uma estocagem insuficiente pode ocasionar perda de confiança do cliente em relação a vendas atreladas e possíveis vendas futuras.
Segundo Marcelo Ghiaroni, professor do IAG – Escola de Negócios da PUC-Rio e especialista em logística, um dos cuidados indicados para evitar a crise no estoque é o gerenciamento por meio de técnicas de previsão e pelo efetivo acompanhamento da demanda.
“Os erros de previsão devem ser monitorados e entendidos a fim de subsidiar melhores estimativas futuras. As alterações da demanda, quando identificadas a tempo, permitem a tomada de ações corretivas tempestivas. Neste caso, é fundamental dispor de uma cadeia de suprimentos ‘responsiva’, ou seja, fornecedores que tenham flexibilidade e rapidez para atender os picos inesperados de algum material ou produto demandado”, afirma o profissional.
Os recursos tecnológicos são os principais aliados na gestão de estoque, comenta o especialista. De acordo com ele, esse aspecto auxilia o gestor a lidar com a maior complexidade das operações, como a proliferação de produtos e a pressão por tempos de respostas curtos.
“Atualmente a indústria 4.0 dispõe de ferramentas – plataformas de IoT, computação nas nuvens, big data e dispositivos móveis, entre outras – que aumentam a visibilidade dos estoques tanto nas operações internas como ao longo da cadeia de suprimentos”, explica. Essas ferramentas permitem prever e corrigir problemas antes que ocorram propiciando redes de suprimentos mais robustas, resilientes, eficientes e eficazes.
A sustentabilidade também está interligada, pois um gerenciamento correto de estoque evita o desperdício e a obsolescência de alguns produtos. “Além do aspecto financeiro, estoques parados estão na contramão da sustentabilidade e nos princípios da economia circular. Na filosofia lean, inclusive, os estoques são tratados como um dos tipos de desperdícios”, ressalta.
O acúmulo de matérias-primas e insumos pode ter as mesmas causas que o estoque em excesso.
“A produção excessiva, desequilíbrio na linha de produção, produção em grandes tamanhos dos lotes, alto tempo entre o pedido e entrega do produto (lead time); alta taxa de retrabalho, ou mesmo a falta de requisição de materiais e de padrões adequados de compras, devem ser evitados. Tentar evitar estas causas seria um bom início para evitar estoques excessivos e produtos obsoletos”, conclui o professor.
Resumidamente, para a gestão de estoque fluir corretamente é fundamental estabelecer alguns cuidados, além de conhecer com profundidade o funcionamento das atividades e peculiaridades de cada setor para contornar problemas.
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