Logística reversa: o que é e como praticá-la
O impacto causado pela indústria ao meio ambiente é um assunto que, felizmente, está sendo muito debatido nos últimos anos. E um dos objetivos da logística reversa é fortalecer esta cultura sustentável no meio empresarial.
O que é logística reversa?
Enquanto a logística tradicional busca uma maneira ágil e econômica de fazer com que um produto saia da fábrica e chegue ao consumidor final, tanto em sua casa quanto em uma loja, a logística reversa faz exatamente o caminho contrário. Se trata da devolução da mercadoria, ou parte dela, à companhia, realizada com a mesma eficiência com que é distribuída.
O processo é dividido em três etapas. O consumidor devolve o produto ou sua embalagem ao comerciante, este leva o item recebido até o fabricante que, por sua vez, direciona a melhor finalidade para ele: reutilização, reciclagem ou descarte ambientalmente adequado.
Com aprovação da lei nº 12.305, em agosto de 2010, e a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a proposta ganhou força. Foi realizado um acordo entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes que defende o compartilhamento da responsabilidade pelo ciclo de vida do produto.
Empresas fabricantes de pilhas e baterias, embalagens e resíduos de agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes, de mercúrio e vapor de sódio, óleos lubrificantes automotivos, peças e equipamentos eletrônicos e de informática, assim como de eletrodomésticos, devem pensar na melhor forma de descarte destes produtos e incluir estratégias de logística reversa em seu planejamento.
Mas empresas de diversos segmentos podem adotar a logística reversa como parte de sua rotina. Um belo exemplo é a Natura, que comercializa cosméticos e produtos de beleza e pretende coletar e dar a destinação apropriada a 50% dos resíduos gerados por suas embalagens até 2020.
Qual a importância da logística reversa?
O maior dos benefícios conquistados com a aplicação da logística reversa é, sem dúvida, a menor produção de lixo, o que evita graves danos ao meio ambiente. Ao dividir as responsabilidades e incluir todas as partes no processo, desde empresários, fabricantes, comerciantes e até o consumidor, a preocupação sustentável passa a fazer parte do dia a dia comum.
Adotar medidas que reflitam consciência ecológica é ainda uma maneira de agregar valor à marca e se adequar às exigências do novo consumidor, que espera, e até exige, preocupação socioambiental por parte das empresas com que se relaciona.
A economia também incentiva organizações a adotarem este tipo de logística. Como produtos danificados, vencidos ou decorrentes de pedidos incorretos são devolvidos ao fabricante, componentes e embalagens entram novamente na cadeia produtiva, fazendo com que o consumo de matérias-primas diminua, assim como os custos do processo.
Como praticá-la
O primeiro passo é a elaboração de um plano de resíduos sólidos, que determinará as ações, desde a coleta ao reúso, reciclagem ou descarte. Há um manual disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente que auxilia nesta etapa.
Feito isso, o procedimento é o mesmo de qualquer planejamento na sua empresa. Realize a implantação gradativa das medidas e avalie sempre os resultados para que melhorias possam ser aplicadas.
Uma ação importante para o sucesso da logística reversa é a educação de seus clientes. Uma vez que as estratégias estão sendo aplicadas na empresa, é fundamental que os consumidores sejam orientados sobre como e onde entregar o produto a ser recolhido.
Uma das grandes dificuldades enfrentadas na logística reversa é ser compreendida como um processo contínuo e permanente. Portanto, mantenha seu plano de resíduos sólidos sempre ativo e defenda a ideia para colaboradores, distribuidores e representantes.
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